Hoje reencontrei as Má´s e a Ritz, minhas melhores amigas de colegial. Conclusão do dia: amo as três como minhas irmãs, mas cada uma de um jeito diferente.
Engraçado que enquanto a gente convivia no colegial, ao mesmo tempo que íamos ficando bem parecidas uma com a outra, cada uma já esboçava seu estilo próprio. E hoje, quase seis anos depois que a gente se formou (MEU DEUS !!! estou ficando velha...), olhei para as três como se as tivesse visto pela primeira vez. E cheguei a duas conclusões: 1 - Se a gente não tivesse se conhecido naquela época, cada uma de nós seria um pouquinho diferente; as coisas que vivemos juntas mudaram nossos jeitos de ver o mundo. 2 - Se as quatro não se conhecessem, e fossem colocadas hoje no mesmo cômodo, acho que não sairia coelho dessa toca. Quer dizer, depois de alguns anos, já somos tão diferentes uma da outra, que não compartilharíamos quase nada em comum. Ficaríamos travadas diante das diferenças, sem ver o óbvio que é a nossa sintonia fina.
Mas graças a Deus a gente se conhece, e muito bem. E a nossa amizade se baseia hoje não só em saudosismos do que já foi, mas também em trocas sobre os novos desafios próprios da idade ("é, a gente virou gente grande..."). Que bom. E que bom que somos diferentes: é um privilégio receber e dar intimidade e carinho para aqueles que vivem em Universos Paralelos.
Festa gostosa, música excelente, ótima companhia... Tequila para esquentar e, no resto da noite, pequenas doses de champagne na faixa (financiado por um mala). Fui sendo arrastada pra fora da balada às 2h30, sob gritos de protesto, pela minha irmã que tinha que acordar às 6h no dia seguinte.
É, Beba, os tempos mudam! Entende o que eu falava quando te arrastava?
E o que a bitola de cursinho não faz com a gente...
Na primeira semana de blog eu pensava o dia inteiro em coisas para postar. Quando chegava em casa à noite, não dava tempo de colocar tudo e eu acabava escrevendo só uma coisa ou duas. Mas tenho gasto tanto meus neurônios durante o dia que chego em casa à noite e acontece isso: branco. E tem tanta coisa acontecendo comigo... Tantos aspectos da minha vida que eu simplesmente não mencionei ainda aqui... Sei lá.
O fato é que decidi prestar vestibular (também) na Univ. Federal do Paraná, em Curitiba.
Só estive lá uma vez, em 2000, na avaliação do curso de Guia de Turismo. Foram três dias de deslumbramento com a cidade. Fui embora prometendo que voltava. Pra ficar. (aí do lado está um dos lugares mais lindos que eu já vi na vida, a Universidade Livre; esse prédio insólito fica à beira de um lago com um penhasco. Indescritível).
As coisas que eu mais sentiria falta: - As proteções de Pap´s e Mamma, que apesar de opostas, são complementares;
- Baladas semanais com a Beba - nem que seja no carro, aliás, principalmente no carro;
- As baladas inigualáveis de Sampa;
- Sorriso da Maroca;
- Piadas e ironias de Ricardo e Letícia;
- Momentos Gato Félix com a Prímola;
- Encontros gastronômicos na casa do Rodnei e Amauri, além de nossas baladas transcedentais;
- A facilidade de encontrar pessoas que eu amo com um simples telefonema local;
- Terapia com a Lúcia.
As coisas que eu não sentiria falta: - O trânsito da Paulista às seis da tarde;
- Deixar de fazer coisas minhas para fazer as dos outros (já que no começo eu não conheceria ninguém);
- Regras de convivência numa casa onde moram sete pessoas (se bem que eu corro o risco de ir parar numa república...).
Coisas que eu só posso fazer lá: - Me reinventar;
- Ter um sotaque diferente de todo mundo;
- Ir ver as cerejeiras floridas uma vez por ano no Jardim Botânico;
- Meditar na Unilivre;
- Viver em uma cidade urbanisticamente decente.
A nossa motivação é sempre uma coisa meio imprevisível. Tem algumas palavras-chave que a gente ouve e parece que de algum lugar, das profundezas do pâncreas talvez, brota um gás pra fazer as coisas que a gente nunca tem tempo (ou inventa que não tem). Aconteceu comigo essa semana, quando me dei conta que há dois anos que eu tive que começar a tomar prozac. Só quem teve sabe o que é. E antes de bater o desânimo, lotei minha agenda o máximo que pude. "Cabeça vazia é a morada do Diabo", já dizia a minha avó (quase nada exagerada).
Entre meus compromissos obrigatórios agora está curtir a companhia depessoasespeciais. Eu tinha aberto mão de baladas em nome do cursinho, mas no sábado percebi que realmente é importante ver pessoas queridas, divertir-se... Como mini-férias de algumas horas da sua existência real. Sábado foi bem legal. Promessa de beijo na boca ("tem XY nessa história..."), que não concretizou mas deu uma sensação gostosa. E a noite nunca está perdida quando termina em comida japonesa!!!
Filme água-com-açúcar no DVD. Pão-de-queijo e sorvete de jantar. E companhia com liberdade suficiente para isso:
- Posso ir servindo os sorvetes?
- Ué, achei que a gente ia comer direto do pote!
Não tem jeito. Por definição, domingo é dia de só comer porcaria, estar na companhia de quem a gente gosta e relaxar a cabeça para enfrentar mais seis dias de luta.
Mas a consciência pesou hoje quando fui na casa do Ricardo, meu quase marido e colega de vestibular-neurose. Ele tem na parede dele resumos completíssimos de toda a matéria do primeiro semestre de matemática, química, física, biologia e geografia. Desesperador, quando a gente vê assim, por extenso, o tamanho da estupidez que é a indústria do vestibular. Que bom que isso tá mudando.
Aliás, o Ricardo é a pessoa mais determinada e com força de vontade que eu conheço. Decidiu que vai passar em um dos cursos mais concorridos da USP e está estudando obstinadamente. Decidiu que ia ficar gostoso e, em seis meses de academia, já está uma delícia. Tenho ainda que aprender com ele algumas coisas (e ensinar outras em troca! ...)